Como é específico para a praga-alvo, preserva a fauna e a flora locais. O trabalho foi desenvolvido por cientistas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), Embrapa Meio Ambiente (SP) e Universidade de Copenhague (KU), na Dinamarca.
O avanço abre caminho para o desenvolvimento de um bioproduto comercial que possa ser usado na lavoura. Diferentemente dos inseticidas químicos atualmente empregados para o controle dessa praga, o bioinseticida não traria impactos ambientais e para a saúde humana.
Além disso, pode ser aplicado via aérea ou terrestre, como é feito na forma convencional com os inseticidas químicos, o que facilita para o produtor usar equipamentos de aplicação já existentes em sua propriedade.
A metodologia de produção de fungos biocontroladores de pragas é barata, eficiente e produz grande quantidade de blastosporos em apenas dois dias de cultivo. E a utilização de fermentação líquida traz uma série de vantagens, conforme explica o analista da Embrapa Gabriel Mascarin. “Podemos ainda manipular as condições nutricionais do meio de cultivo do fungo para obter blastosporos mais tolerantes a estresses abióticos, como dessecação, radiação ultravioleta e altas temperaturas”, informa ele, ressaltando que uma das formulações desenvolvidas na pesquisa é um pó molhável, o que permite a aplicação do produto por pulverizadores convencionais.
“Os requisitos nutricionais são exigências que o fungo demanda para produzir um determinado tipo de célula ou biomassa. Nesse caso, nosso interesse principal foi a produção de blastosporos, que são morfologicamente similares às células de levedura”, conta a pesquisadora Natasha Iwanicki, autora da tese que resultou no bioinseticida, sob orientação do professor Italo Delalibera Júnior. Iwanicki atua na unidade de Biocontroladores de pragas agrícolas da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) na (Esalq-USP).
O método já foi aprovado em testes em laboratório e agora aguarda pesquisas em escalapiloto para a validação em escala industrial. A Embrapa e a unidade Embrapii Esalq procuram parceiros para fazer essa etapa de finalização da pesquisa.
Perdas com a cigarrinha-do-milho podem chegar a 90% |
A cultura do milho vem sofrendo nos últimos dois anos com ataques severos e constantes da cigarrinha, cujas ninfas e adultos sugam a seiva da planta, causando danos diretos à cultura, além de ser também um vetor de doenças sérias que podem levar à perda de até 90% da produção. “É uma das pragas mais importantes do milho, ao lado das lagartas Spodoptera spp. e Helicoverpa armigera e alguns percevejos sugadores. O grande problema que essa cigarrinha causa ao milho é a transmissão de vírus logo no início do desenvolvimento das plantas, o que provoca perdas consideráveis na produção de grãos”, conta Mascarin.
Conforme o cientista da Embrapa, o uso exclusivo e abusivo de inseticidas químicos contra esse inseto não é sustentável, pois pode causar desequilíbrios ambientais e biológicos no agroecossistema produtivo, além de ter sua eficácia reduzida em função da seleção de populações de cigarrinhas resistentes.
Mascarin explica que o bioinseticida deverá ser utilizado em conjunto com outras práticas de um programa de manejo integrado de pragas (MIP) do milho. Essa prática leva em consideração várias outras medidas de controle, incluindo variedades resistentes, inseticidas químicos seletivos, inimigos naturais como parasitoides e predadores, uso de feromônios, práticas culturais e outras. O objetivo do MIP é impedir que a praga atinja o nível de dano econômico na cultura do milho mediante uso integrado ou combinado de várias medidas de controle capazes de manter a população das pragas em um nível tolerável e sem prejuízo ao produtor.
“Continuamos a trabalhar nessa linha de pesquisa com diferentes espécies de fungos entomopatogênicos focando no desenvolvimento de métodos otimizados de fermentação líquida atrelados à formulação desses blastosporos, de forma a aumentar a sua atividade inseticida contra essa e outras pragas de importância econômica”, relata Mascarin.
Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), a exportação de milho pelo País tem se mantido estável, na casa dos 82 milhões de toneladas/ano, desde 2018, quadro que deve se manter em 2021. E conforme o site Global Group, na safra deste ano, estima-se que as perdas nas lavouras de Santa Catarina podem chegar a 20% devido aos ataques da cigarrinha-do-milho.
Motivos para não ignorar a cigarrinha-do-milho 1.Enfezamentos são transmitidos por esse inseto: as plantas infectadas têm internódios (região do caule que fica entre dois nós sucessivos) mais curtos, menos raízes, e produzem menos grãos que as plantas sadias; 2. Pode transmitir a virose conhecida por Maize Rayado Fino Virus (MRFV); 3. Ciclo biológico rápido – em 27 dias a cigarrinha-do-milho completa seu ciclo, podendo ter de cinco a seis gerações por ano, dependendo da temperatura; 4. Combate por Manejo Integrado de Pragas (MIP) ajuda a controlar outras pragas da cultura como corós rizófagos, larva-alfinete, lagarta-do-cartucho, lagarta elasmo, lagarta-rosca, broca-da-cana, mosca-branca e percevejo barriga-verde, todos insetos que causam prejuízos ao produtor de milho; 5. Elevação do preço dessa commodity motivou os produtores a intensificarem o seu cultivo, inclusive com duas safras por ano. Essa prática de cultivo sucessivo aumenta o índice de pragas e doenças, como ocorre em qualquer cultura. Como consequência desse cultivo escalonado, a cigarrinha tem causado prejuízos econômicos crescentes. |
Fonte: Cristina Tordin | Embrapa Meio Ambiente
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