O Futuro da Indústria Avícola
O futuro da indústria avícola passará por mudanças em várias áreas do conhecimento.
Na saúde nunca houve tantas informações, de conhecimento globalizado, mas os desafios com determinadas patologias deixam os veterinários extremamente preocupados com as perdas de produção das aves ou com as cobranças da sociedade, que deseja saber o que está acontecendo.
No ambiente, as estruturas de atendimento às enzimas convencionais dos galpões estão sendo substituídas por estruturas mais sofisticadas, que permitem o acompanhamento de resultados em tempo real, mas que requerem mais conhecimento técnico dos avicultores.
É na nutrição e na alimentação que se devem fazer grandes adaptações, já que as mudanças exigidas pela sociedade obrigarão os nutricionistas a mudar os paradigmas. Persistirão os desafios para apresentar formulações de alimentos de baixo custo e que continuem promovendo os melhores resultados. A sociedade exigirá mais transparência sobre o modo como os animais de produção são alimentados e tratados.
O presente artigo considera as responsabilidades dos nutricionistas, dando atenção especial às iniciativas que resultem numa produção mais sustentável. Os nutricionistas devem
Prestar mais atenção à qualidade dos ingredientes.
Trabalhar na diferenciação da alimentação por fases e sexo.
Concentrar-se no tamanho das partículas e na qualidade dos pellets.
Usar aditivos de forma mais eficiente, dando atenção especial às enzimas.
Há outros aspectos na produção de frangos de corte dos quais deverão participar os nutricionistas e a biossegurança é um dos principais. Com o aparecimento sistemático da influenza aviária em diferentes geografias, passou a dar-se uma maior atenção às perdas.
Durante muitos anos, considerou-se a produção de frangos de corte livre de promotores do crescimento antibióticos — AGP.
Na Europa, a preocupação da sociedade promoveu desenvolvimento de pesquisas sobre aditivos não antibióticos — probióticos, prebióticos, óleos essenciais, ácidos orgânicos, antioxidantes, etc. — e um uso mais eficiente das enzimas, que melhora a digestibilidade dos alimentos e preserva a saúde intestinal dos animais. Simultaneamente, os técnicos reforçaram a implementação das melhores práticas de gestão e de biossegurança, melhorando a prevenção de infecções e minimizando a ineficiência da produção.
A proposta de alimentação animal livre AGP começou em 2010, quando a FDA solicitou que se desenvolvesse uma estratégia para eliminar o uso de produtos antimicrobianos melhoradores de desempenho e que somente se permitisse o uso de antibióticos terapêuticos sob a supervisão de um veterinárioA eliminação do uso de produtos antimicrobianos na produção de animais teve uma consequência importante.
Os supermercados e as cadeias de alimentação aceitaram o desafio e começaram a informar que os ingredientes empregados em seus produtos não deveriam conter mais AGP. Os consumidores aceitaram bem tal proposta e o movimento sem AGP continua crescendo. Hoje em dia, a redução dos antibióticos na produção continua sendo uma importante prioridade de inovação para os nutricionistas.
Atualmente, a produção de animais livres de AGP é uma opção em muitos países. Mas a velocidade de implementação varia. Em 2015, EUA finalmente se uniu ao movimento europeu.
A eliminação do uso de produtos antimicrobianos na produção de animais teve uma consequência importante.
Os supermercados e as cadeias de alimentação aceitaram o desafio e começaram a informar que os ingredientes empregados em seus produtos não deveriam conter mais AGP. Os consumidores aceitaram bem tal proposta e o movimento sem AGP continua crescendo.
Hoje em dia, a redução dos antibióticos na produção continua sendo uma importante prioridade de inovação para os nutricionistas.
Com o progresso da tecnologia NIR, os moinhos não têm desculpa para não contar com uma constante avaliação de nutrientes nos ingredientes empregados (Black et al., 2014)
Tudo indica que no futuro serão realizadas mais pesquisas utilizando a energia líquida dos ingredientes, em lugar da energia metabolizável, outro método que deverá favorecer a sustentabilidade do ambiente e que deverá supor um reforço positivo para o conceito de nutrição de precisão. Além de melhorar a avaliação da digestibilidade dos ingredientes, os nutricionistas deverão considerar o aumento de número de fases de produção, visto que isso reduz o desperdício de nutrientes.
A adoção de cinco fases, em comparação com três fases da alimentação de frangos de corte, aumenta a precisão da lisina.
Os nutricionistas e os gerentes de plantas de alimentos devem considerar mais o tamanho das partículas e a qualidade de pellets de alimento. O alimento com um tamanho de partícula maior promove:
Amerah et al. (2007) acrescentaram que o pellet melhora a atividade intestinal, como demonstra o aumento na altura das vilosidades e a sua relação com a profundidade das criptas.
As enzimas são proteínas que podem melhorar a digestão de nutrientes
e energia, mas também oferecem nutrientes e energia aos animais que a consomem. Nos últimos 15 a 20 anos, as tecnologias de desenvolvimento das enzimas cresceram muito rapidamente e continuarão crescendo.
Existem muitas enzimas disponíveis para ajudar na digestão de fósforo, cálcio, carboidratos, proteínas e lipídios das dietas oferecidas aos animais. Mas as enzimas nem sempre funcionam com uma eficiência de 100%, porque são fontes exógenas.
Para que as eficiências do uso das enzimas aumente, os nutricionistas precisam tomar decisões corretas. Deve avaliar-se se as combinações das enzimas com os demais ingredientes da dieta são adequadas e que a dieta tenha disponibilidade do substrato para que as enzimas atuem. Abunda a bibliografia que descreve a forma como as enzimas atuam e quando devem ser empregadas. Os nutricionistas devem considerar o uso de enzimas como outra possibilidade de fazer com que a produção avícola seja mais sustentável do ponto de vista ambiental.
*Antônio Mário Penz Júnio apresentou este trabalho no XIV Seminário Internacional de Patologia e Produção Animal, em Athens, EUA, 2018. Agradecimento à AMEVE Colômbia por permitir sua publicação.
Por Pesquisador Embrapa Gado de Corte
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